Bosta ou cocó

“Black hole sun
Won’t you come
And wash away the rain…”

Truth or Dare é uma das peças que levam algumas semanas em cartaz nas salas de cinema. Vinha antecedida duma significativa campanha publicitária e críticas não demasiado promissórias.
Esta acolhida tíbia não é que seja totalmente justa, é que mesmo fica curta. O filme de Jeff Wadlow pretende ser uma singular mistura entre It Follows e Final Destination, mas acaba por ser um absurdo sem pé nem cabeça; responsabilidade dum guião irresponsável.

Se antes era ruim, preparem-se a partir de aqui.

Todo começa com a viagem a México dum grupelho de jovens da maldita classe média alta californiana. Não demoramos nada em saber que não vamos sentir especial preocupação pela sorte destes gajos. Ali conhecem um compatriota que os leva para um santuário abandonado, onde jogam a Verdade ou Desafio. Não sabem que por uma ideia disparatada de guionistas ou realizador, o jogo faz parte duma maldição que consiste em ter de jogar sempre sob ameaça de morte. Desde a sua viagem a México, cada membro do grupo, seguindo a ordem da sua posição numa fotografia (porque sim), entram numa espécie de trance onde os que andam por volta deformam os seus rostos como num velho vídeo-clip de Soundgarden e perguntam à vítima “Verdade ou desafio?”. A “verdade” consiste fundamentalmente em revelar obscuros segredos que ameaçam a coesão dos amigos. O “desafio” é algo que os põe em perigo físico. Não participar significa morte. É uma chatice que decidam jogar quando sabemos que vão acabar mortos na mesma e que nenhum espectador vai ter pena.

Estas notícias inconexas encontradas no Google certeza têm relação com o nosso caso.

Se noutras produções que serviram de inspiração a esta, o mérito está numa ideia simples; aqui, a mitologia da história é tão vaga que resulta num despropósito. A lógica de tudo isto é carecer de lógica. Os meninos unidimensionais estão lá para morrerem de forma criativa, e vemos chegar de longe que a maldição do jogo terá o seu clímax a estragar o triângulo amoroso estabelecido entre os personagens que interpretam de forma lamentável Lucy Hale, Tyler Posey e Violett Beane.

Momento de segredos inconfessáveis que todo o mundo imagina.

Não paga a pena perder o tempo

  • A favor: O final é tão despropositado que até faz graça.
  • Em contra: É difícil congregar uns personagens tão idiotas em volta dum enredo tão absurdo.

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